Larissa
Morais é jornalista do site Observatório da Imprensa e na publicação “Como fazer – e manter – um blog político”, mostra a perspectiva desse novo meio de
comunicação, que surgiu com o advento da internet, na visão de Ricardo Noblat
que mantém, até hoje, um blog sobre política - hoje hospedado no site O Globo. Na entrevista com o jornalista,
Larissa mostra como Noblat acredita no sucesso de um blog e, como ele deve ser
feito para que não perca a identidade.
Com o surgimento da internet, a
informação passou a ser difundida de forma muito maior e os jornais perderam o
controle das notícias. Segundo Noblat, o fato de as pessoas quererem opinar sobre
uma notícia, é o que fazia os jornais resistirem em abrir espaço para que o
leitor participe da notícia, ou até mesmo faça uma. Porém, hoje, grandes
jornais possuem blogs e sites onde permitem a relação entre o leitor e o
jornal. Como mostra o jornalista, qualquer pessoa pode fazer jornalismo e o
diferencial de cada um é a confiança que o leitor tem por aquele autor. Por
isso, o blog, não é feito apenas por jornalistas, mas por qualquer um que se
arrisque em distribuir informação, ainda mais sobre política.
Como analisa o jornalista, no blog,
as aulas de redação não são aplicadas como regra. De acordo com ele, o autor do
blog precisa escrever da forma que quer para que se aproxime do leitor. Ou
seja, essa fuga das regras de redação e gêneros deve começar a atingir os
jornais impressos e tornar a escrita e a matéria jornalística mais pessoal. Ele
ressalta que o que faz em seu blog é jornalismo, porém, seus leitores pedem que
ele expresse sua visão sobre determinado fato e pratique mais o jornalismo
opinativo. Mesmo assim, para ele, a diversificação de gêneros é o que
diferencia os blogs dos meios de comunicação tradicionais.
Em determinada parte da entrevista,
Noblat diz que o conceito de notícia para o blog é o mesmo que se aprende numa
faculdade. “Notícia é aquilo que o jornalista acha que é notícia”. Porém, como
característica crucial, no blog o autor possui maior espaço e pode noticiar
fatos em tempo real da forma que outros meios de comunicação não podem, captando
detalhes e, segundo Noblat, expressando sua opinião sobre uma cobertura que o autor
se propõe a cobrir.
Larissa o questiona sobre as fontes
que também são necessárias para os blogs. Noblat diz que não difere do
jornalismo tradicional, mas ele destaca que, principalmente num blog político,
é necessário maior cuidado nesse sentido pois os erros que são impressos nos
blogs não podem ser atribuídos igualmente como em uma redação jornalística, pois
o autor é unicamente responsável pelo que escreve em seu blog. Segundo o
jornalista, isso fica claro com o contrato que, na época, assinou com o
Estadão, para que qualquer ação judicial não prejudique o jornal.
Noblat mostra que a pessoa que se propõe
a criar um blog precisa entender o conceito de lidar com os leitores que
diariamente irão ler o blog. Para ele, as críticas e as discussões são
importantes para o processo democrático e essa relação entre o autor e o leitor
é importante para a funcionalidade do blog. Isso demonstra a preparação do
próprio autor de difundir determinada notícia que pode gerar revolta e, como
mostra o jornalista, cada pessoa tem o direito de pensar o que quiser sobre um
fato. Hoje, o ser humano possui várias fontes de informação o que implica
diretamente em sua opinião pessoal. Cada um está propício a acreditar em uma
ideologia diferente e isso, para o jornalista, é o aspecto novo que os blogs
trazem: a possibilidade de se expressar e debater sobre política.
Nesse sentido, uma das partes da
entrevista que é possível destacar é quando o jornalista fala dos comentários
que expressam essas opiniões. Ele analisa que é preciso fazer uma seleção de
determinados argumentos para que não virem bagunça. Segundo Noblat, em seu blog
é necessário que pessoas se cadastrem para comentar e ainda, há pessoas que
checam cada comentário pois, aqueles que fogem das regras do blog, não serão
publicados. Essa técnica serve para manter a ordem no blog para que outros
leitores não encontrem ofensas que possam desestimular a permanência no blog.
Ele diz que determinadas opiniões ele gosta de publicar pois isso fomenta
discussões produtivas no blog. Para ele, o espaço que não permite essas
discussões não pode ser considerado como blog já que é necessário “ter o espaço
para as pessoas comentarem e você dialogar com elas”.
Mandou bem essa GRANDE Douglas!!! Acredito que esses blogs tendo cada vez mais sinceridade, nós iniciantes vamos aprender e transmitir boas notícias para nossos leitores.
ResponderExcluirQue entrevistas assim como a do grande jornalista e blogueiro Ricardo Noblat façam parte das próximas postagens,gostei muito! Parabéns pela publicação.
ResponderExcluirEntrevista completa e digna de qualquer estudante de jornalismo ler e se aprofundar. Além de mostrar detalhes importantes que a inexperiência nos oculta mostra o verdadeiro significado de ser jornalista em qualquer veículo que reproduza seu conteúdo.
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